Comunicado
As Inverdades do 1º Ministro
Com um estranho triunfalismo, José Sócrates afirmou ontem que há hoje mais
cento e trinta e três mil portugueses a trabalhar do que á data da sua tomada
de posse como Primeiro Ministro.
O Primeiro Ministro é habilidoso na manipulação dos números e também é
reconhecida a sua arte de tentar pintar as coisas cor de rosa.
Mas os números reais do desemprego, o fraco comportamento da economia e a
sua continuada divergência com a união europeia, o sufoco das classes médias,
a precariedade das relações laborais e o agravamento da pobreza, da exclusão
social e dos problemas económico-sociais, de que a criminalidade é apenas
uma alarmante consequência, estão aí a desmentir o Primeiro Ministro.
Vamos aos factos que José Sócrates conhece, embora os queira ignorar
publicamente:
• Em 2005, aquando da posse do actual Governo, havia 376 mil
desempregados. Hoje, pelos números do INE, estão no desemprego
412 mil portugueses. Há mais 36 mil desempregados.
• Pelos dados recentes da OCDE, nos anos de 2006 e 2007,
emigraram 220 mil portugueses. Temos de recuar aos tempos de
António Oliveira Salazar, às décadas de 1960 e 1970, para assistirmos
a tamanha corrente emigratória, portugueses que tiveram de procurar
no estrangeiro uma oportunidade de emprego que não encontraram
no seu próprio País.
Qual seria a dimensão do desemprego em Portugal, se não tivessem
emigrado esses 220 mil compatriotas nos anos 2006/2007?
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• A economia portuguesa não irá crescer acima dos 1,1%, contra os
1,9% previstos pelo Governo, e durante esta Legislatura nunca
chegou sequer aos 2%.
Os mais conceituados especialistas consideram que só com um
crescimento da economia superior a 3%, é que haverá a criação de
emprego sustentado em número superior às perdas de postos de
trabalho resultantes da dinâmica normal da economia.
Ora, com tão baixo crescimento da economia, a criação dos 150 mil
postos de trabalho anunciados pelo Primeiro Ministro só
podem ser virtuais.
• Outro aspecto relevante em política de emprego é a precariedade dos
novos empregos. Portugal tem o 2º índice de emprego precário mais
elevado da União Europeia. Nessa linha, cerca de 90% dos 1200
empregos do projecto que o Primeiro Ministro ontem inaugurou, vão
ser precários.
Este é também um troféu negro do Governo de José Sócrates, porque
este tipo de emprego fragiliza os trabalhadores, especialmente os
jovens, porque lhes retira qualquer esperança para organizarem o seu
futuro com alguma estabilidade.
• Finalmente, a par do desemprego e das relações laborais precárias, o
Governo Sócrates estimula os recibos verdes ilegais e os baixos
salários, com consequências graves na qualidade de vida dos
portugueses e das famílias.
É neste contexto de crise económico-social, que o País assiste com
legitima preocupação a um crescendo de criminalidade, mas sobre
estes problemas concretos o Primeiro Ministro nem uma palavra.
Senhor Primeiro Ministro, governe para resolver os problemas reais que afligem
os portugueses e as empresas e não fale apenas sobre questões que
interessam à sua agenda política e ao seu calendário eleitoral.
Lisboa, 19 de Agosto de 2008
O Secretariado Nacional.
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