sábado, 23 de agosto de 2008

TSD trabalhadores Social Democratas

Comunicado


As Inverdades do 1º Ministro

Com um estranho triunfalismo, José Sócrates afirmou ontem que há hoje mais

cento e trinta e três mil portugueses a trabalhar do que á data da sua tomada

de posse como Primeiro Ministro.

O Primeiro Ministro é habilidoso na manipulação dos números e também é

reconhecida a sua arte de tentar pintar as coisas cor de rosa.

Mas os números reais do desemprego, o fraco comportamento da economia e a

sua continuada divergência com a união europeia, o sufoco das classes médias,

a precariedade das relações laborais e o agravamento da pobreza, da exclusão

social e dos problemas económico-sociais, de que a criminalidade é apenas

uma alarmante consequência, estão aí a desmentir o Primeiro Ministro.

Vamos aos factos que José Sócrates conhece, embora os queira ignorar

publicamente:

• Em 2005, aquando da posse do actual Governo, havia 376 mil

desempregados. Hoje, pelos números do INE, estão no desemprego

412 mil portugueses. Há mais 36 mil desempregados.

• Pelos dados recentes da OCDE, nos anos de 2006 e 2007,

emigraram 220 mil portugueses. Temos de recuar aos tempos de

António Oliveira Salazar, às décadas de 1960 e 1970, para assistirmos

a tamanha corrente emigratória, portugueses que tiveram de procurar

no estrangeiro uma oportunidade de emprego que não encontraram

no seu próprio País.

Qual seria a dimensão do desemprego em Portugal, se não tivessem

emigrado esses 220 mil compatriotas nos anos 2006/2007?



• A economia portuguesa não irá crescer acima dos 1,1%, contra os

1,9% previstos pelo Governo, e durante esta Legislatura nunca

chegou sequer aos 2%.

Os mais conceituados especialistas consideram que só com um

crescimento da economia superior a 3%, é que haverá a criação de

emprego sustentado em número superior às perdas de postos de

trabalho resultantes da dinâmica normal da economia.

Ora, com tão baixo crescimento da economia, a criação dos 150 mil

postos de trabalho anunciados pelo Primeiro Ministro só

podem ser virtuais.

• Outro aspecto relevante em política de emprego é a precariedade dos

novos empregos. Portugal tem o 2º índice de emprego precário mais

elevado da União Europeia. Nessa linha, cerca de 90% dos 1200

empregos do projecto que o Primeiro Ministro ontem inaugurou, vão

ser precários.

Este é também um troféu negro do Governo de José Sócrates, porque

este tipo de emprego fragiliza os trabalhadores, especialmente os

jovens, porque lhes retira qualquer esperança para organizarem o seu

futuro com alguma estabilidade.

• Finalmente, a par do desemprego e das relações laborais precárias, o

Governo Sócrates estimula os recibos verdes ilegais e os baixos

salários, com consequências graves na qualidade de vida dos

portugueses e das famílias.

É neste contexto de crise económico-social, que o País assiste com

legitima preocupação a um crescendo de criminalidade, mas sobre

estes problemas concretos o Primeiro Ministro nem uma palavra.

Senhor Primeiro Ministro, governe para resolver os problemas reais que afligem

os portugueses e as empresas e não fale apenas sobre questões que

interessam à sua agenda política e ao seu calendário eleitoral.


Lisboa, 19 de Agosto de 2008

O Secretariado Nacional.

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