Nos dias que correm, mau grado a importância assumida pelo reequilíbrio das finanças públicas, o emprego constitui-se como principal indicador da falta de vitalidade da nossa economia. Tivemos períodos da nossa história em que
a saúde económica era avaliada pelos níveis de inflação ou pelas taxas
de câmbio mas, hoje, integrados na zona euro, é claro que a principal
variável económica, com enorme repercussão social, é o nível de emprego na sociedade.
Na Covilhã, vivemos esse drama, de forma mais aguda, com a reconversão do sector têxtil, que chegou a ter mais de 300 empresas em laboração e que, com a viragem para oriente das produções, se debilitou, não mantendo o emprego na dimensão pretérita.
O problema
continua preocupante mas, como me dizia há meses atrás um dos
responsáveis pelo projecto do Data Center da PT e cito “A Covilhã é uma
cidade que sabe fazer, que se reinventou”. Várias vezes me tenho
debruçado sobre estas palavras que, ditas por alguém que aqui não vive e
que à Covilhã nada deve, faz pensar e deve ser motivo de reflexão
positiva.
É certo que a Cidade aprendeu a
viver virada para a Universidade e daí colheu o que outrora vinha dos
teares. Mas, também é certo, que se soube adequar aos tempos e criar mecanismos necessários para que hoje dispute com cidades de toda a Europa a instalação de projectos empresariais.
De forma concertada, diversas entidades têm dado as mãos, na definição
de um caminho para reinvenção da própria Cidade.
A criação do Parkurbis em 2001 e o início da sua actividade em 2004 uniu num mesmo objectivo a Câmara Municipal, a Universidade, as associações empresariais, a banca e algumas empresas para que se pudesse criar um novo conceito de vida empresarial até então inexistente, nascendo um verdadeiro ecossistema inovador de empreendedorismo qualificado.
Neste últimos oito anos, a Covilhã passou a ser conotada com as novas tecnologias, reapareceu no “mapa empresarial” como uma Cidade onde se pode criar ou para onde se podem transferir empresas ligadas a este sector, com plena resposta ao nível de infra-estruturas de acolhimento e mão-de-obra especializada. Temos também assistido à instalação de empresas de base tecnológica, start-ups de base local ou vindas de outras regiões percebendo a existência de tal ecossistema.
A cereja em cima
do bolo será talvez o Data Center da PT que só decidiu localizar-se na
Covilhã, porque houve arte e engenho para tal, a partir da Câmara
Municipal. O nosso exemplo, é hoje transmitido em fóruns
de vários locais do Mundo, e a próxima realização na Covilhã, do
Encontro Ibérico de Parques de Ciência e Tecnologia, constitui a
consagração do que hoje representa o Parkurbis na Europa.
É pois, neste cenário que entramos numa nova fase. Temos hoje um projecto de dimensão mundial que é falado nos cinco continentes e temos que o saber utilizar em benefício da Cidade. Os próximos anos são fundamentais para que se consiga atrair mais empresas e mais emprego,
posicionando-se, do ponto de vista da sua estratégia de continuidade,
com carácter muito persuasivo junto dos investidores europeus.
A Covilhã precisa de continuar a falar a linguagem caracterizadora do nosso tempo, multilingue, da comunicação instantânea, virada para a internacionalização, com protagonistas que assumam essa linguagem e saibam dialogar na base do que as empresas
precisam. As missões do futuro, concluídos os grandes objectivos de
lançamento das estruturas essenciais à qualidade de vida urbana e rural,
passam pelas empresas e pelo emprego. A criação de emprego e a fixação de pessoas deverá ser o principal alvo da acção política dos próximos anos.
O exemplo do que tem sido feito neste domínio na Covilhã, é a melhor segurança e garantia, do que deverá ser feito no futuro.
Retirado do Noticias da Covilhã
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