sábado, 17 de abril de 2010

«Queremos ter um papel importante no turismo da Serra da Estrela»


Lino Torgal
Lino Torgal
P – O Clube Nacional de Montanhismo completa este mês 57 anos, mas nos últimos tempos tem estado algo parado ao nível de actividades. Que estratégias existem para lhe dar mais visibilidade?

R – Estou no clube desde 2003 e uma das principais dificuldades, além do facto de não ter actividades, foi o facto de se estar a levar o “Carnaval da Neve” para um patamar que não havia capacidade de suportar. Deu-se cabo do clube financeiramente e deixaram de se fazer algumas coisas que estavam a ser bem feitas. Na altura, peguei no clube no clube sem ter a ideia de que estava financeiramente tão mal e os primeiros anos serviram para “arrumar a casa”, para pôr as contas em ordem e voltar a cobrar cotas aos sócios, o que não acontecia desde 1999. Este processo demorou algum tempo, até há cerca de dois anos, e é um trabalho que não é visível para o exterior. Neste momento já estamos a começar a ter algumas actividades, nomeadamente a iniciação de atletas no esqui, o “Carnaval da Neve”, que começámos há dois anos e que está a correr bem e que queremos que cresça a cada ano. A “casa da Torre”, uma casa-abrigo na Torre, também está já a ser alugada a turistas.

P – Qual tem sido o papel do Clube Nacional de Montanhismo ao longo dos anos, nomeadamente ao nível da sensibilização para a problemática ambiental e de projecção da Serra da Estrela?

R – Temos tentado “agarrar” algumas iniciativas. Ainda no último Natal aderimos ao projecto de recolha de pilhas para beneficiar o IPO, chegámos tarde este ano, mas vamos aderir nas próximas iniciativas do “Limpar Portugal”. Este tipo de projectos são prioritários para nós, até para a motivação das camadas mais jovens. Por outro lado, temos estado presentes em todas as edições da “Rampa da Serra da Estrela”, através da formação gratuita de todos os oficiais de prova.

P – Que novos desafios se apresentam ao Clube Nacional de Montanhismo?

R – Estarmos preparados para sermos parceiros de todo o turismo da Serra da Estrela, darmos uma oferta desportiva e de Natureza para toda a gente que procure a Serra, sendo mais uma peça da rede turística que se tem que criar. No fundo, esperamos que o turismo na Serra da Estrela tenha qualidade e nós tenhamos um papel muito importante.

P – Quais os principais projectos a curto/ médio prazo?

R – Temos um projecto nas Penhas da Saúde, que, futuramente, apresentaremos ao público e custará cerca de 2,5 milhões de euros. É uma ideia que pode lançar o Clube Nacional de Montanhismo como eu o concebo, tal como a maioria das associações. Ou seja, só poderá sobreviver no século XXI se se profissionalizar, se prestar um serviço de qualidade à comunidade, praticamente empresarial, até porque a Serra da Estrela tem um forte potencial turístico, que está a ser mal aproveitado. Temos também de nos colocar num patamar de prestação de serviços ao nível das actividades de montanha. Os turistas e as pessoas que procuram a Serra serão sempre os nossos destinatários finais, mas queremos constituir-nos como parceiros para empresas, hotéis e instituições, todas as entidades que necessitem de promover alguma actividade na Serra da Estrela. Com serviços de qualidade, as pessoas não se importam de pagar. É nesse patamar que queremos evoluir.

P – Quantos associados têm neste momento?

R – Neste momento andamos perto dos 500 sócios activos.

P – Tem sido fácil angariar mais associados?

R – Não temos feito muito por isso. Até agora, temos feito um trabalho de reorganização, para depois acolhermos novos sócios. É um processo que só terá visibilidade daqui a dois ou três anos.

Sem comentários: