quarta-feira, 29 de outubro de 2008

COMUNUNICADO TSD


Comunicado

PRIMEIRO MINISTRO É UM DEMAGOGO

O Primeiro Ministro está a enveredar por um caminho em que o respeito pela

verdade conta pouco e o que lhe interessa é fazer passar a imagem enganosa de

que tem realizado uma boa governação e que é o mais capaz para enfrentar as

dificuldades da actual crise financeira internacional.

1. Salário Mínimo Nacional

Numa operação de propaganda brilhantemente organizada pelos

serviços do Primeiro Ministro, que envolveu quase todos os órgãos de

comunicação social durante todo o fim de semana, onde não faltaram os

comentadores habituais a tecer os maiores elogios ao Primeiro Ministro,

José Sócrates anunciou que o Salário Mínimo Nacional (SMN) para o

próximo ano irá ser de 450 Euros.

Esta afirmação não tem nada de novidade, já que em 2006 ficou acordado

na Concertação Social, entre o Governo e os Parceiros Sociais, que até 2011

o SMN atingiria os 500 euros e, no ano passado, ao proceder à actualização

do SMN em vigor, o governo prometeu que em 2009 o SMN seria de 450

euros.

Aquilo que o Primeiro Ministro agora anunciou como um grande

trunfo político e uma grande “conquista” para os trabalhadores, já o

tinha anunciado há quase um ano.

Os TSD não percebem como pode o Primeiro Ministro anunciar as mesmas

coisas várias vezes, como sendo novidade, pelo que uma de duas: - as suas

capacidades governativas estão esgotadas e, à falta de melhor, promete

hoje o que antes já havia prometido; ou, tendo em conta as dificuldades

presentes, o Primeiro Ministro aproveita-as e tenta fazer passar a ideia de

que não obstante isso, ele tem “bom coração” e honra o compromisso

celebrado na concertação social, como se estivesse a fazer um especial

favor em respeitar aquilo que ele próprio assinou.

2. Ministro do Trabalho desmente 1º Ministro s/ Emprego

Também na rentrée política, José Sócrates veio anunciar que a meta da

criação dos 150 mil postos de trabalho prometidos na sua campanha

eleitoral estava praticamente atingida, pois já tinham sido criados 133.700

no decurso da actual legislatura. Tal não correspondia nem corresponde

minimamente à verdade.

Dias depois, contradizendo o Primeiro Ministro, o Ministro do Trabalho veio

afirmar que o governo não estava obcecado em cumprir esse compromisso

eleitoral e agora, aproveitando o pretexto da crise internacional, o mesmo

governante vem reforçar aquilo que todos já sabíamos, com ou sem crise, o

governo não vai cumprir esse compromisso.

3. Ministro do Trabalho desmente 1º Ministro s/ Pensões

Ainda há pouco mais de um mês, em Guimarães, o Secretário Geral do PS

proclamou, com a arrogância que habitualmente contagia os socialistas no

poder, que nunca iria “permitir que o valor das pensões dos portugueses seja

jogado na Bolsa e entregue aos caprichos dos mercados financeiros, como

defende o PSD”.

Ora, todos sabemos que o Fundo de Estabilização Financeira da

Segurança Social (FEFSS) tem por objectivo rentabilizar adequadamente

os seus recursos, havendo enquadramento legal para aplicar uma parte

desses meios em regime de capitalização. Ou seja, para aplicar esses

fundos no mercado bolsista se os responsáveis do FEFSS o considerarem

ajustado aos seus objectivos. Esta realidade é do conhecimento de todos e

em especial sê-lo-á do Primeiro Ministro.

Na semana passada o Ministro do Trabalho veio desmentir aquelas

declarações do Primeiro Ministro ao afirmar que a carteira de

investimentos da Segurança Social perdeu nos primeiros nove meses deste

ano 3,14% do seu valor, o que rondará os 300 milhões de euros.

Disse o ministro que essa desvalorização nas acções do FEFSS foi causada

pela actual crise financeira internacional e pelo comportamento do

mercado bolsista.

O ministro não esclareceu, mas sabe-se que o montante investido em títulos

rondará os 1900 milhões de euros e que algumas das aplicações do FEFSS

foram feitas nos Estados Unidos.

Ou seja, José Sócrates, embora sabendo destes factos – porque não é

aceitável que o Primeiro Ministro ignore esta situação no FEFSS – mentiu

aos portugueses e procurou de forma oportunista tirar benefício dos

efeitos da crise financeira internacional, ao mesmo tempo que lançou

sobre o PSD infundadas e demagógicas acusações.

José Sócrates faltou deliberadamente à verdade aos portugueses e

tentou passar para a opinião pública uma situação que sabe ser falsa.

Lisboa, 27 de Outubro de 2008.

O Secretariado Executivo

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