quinta-feira, 11 de dezembro de 2008


João Paulo Mineiro
P – Que significado tem para si o Prémio de Mérito Liderança atribuído pelo Ministério da Educação?
R – Em primeiro lugar, é uma honra receber um prémio desta natureza, porque é o reconhecimento de um trabalho feito ao longo de mais de uma década. Por outro, tem um significado ainda maior por resultar da vontade de um colectivo, pois não somos nós que nos candidatamos, mas é a comunidade escolar que organiza todo o processo. Por isso, este prémio representa o esforço de um colectivo e de toda a comunidade escolar e tem um valor simbólico porque acredito que, pelo país fora, também há outros líderes bons. Desde professores que trabalham e trabalharam comigo até ao pessoal não docente que se envolve e participa na vida da escola. Outro elemento fundamental são os pais e encarregados de educação que têm trabalhado de uma forma eficaz e célere com a escola. É graças a este esforço conjunto que esta escola tem sido aquilo que é e tem conseguido atingir determinados objectivos.

P – Essencialmente, o que diferencia esta a escola das Palmeiras das outras?
R – É, acima de tudo, uma escola que assenta no paradigma humano. É muito humanizada, colocando o cerne da educação no aluno como pessoa. O que caracteriza esta escola é o seu bom clima e a vontade de querer produzir aprendizagens de qualidade e a vontade de todos para que se construa um ensino e uma escola pública de qualidade. Vamos delineando estratégias e formas de ultrapassar as dificuldades que encontramos para fazer com que os nossos alunos tenham sucesso. E isso passa por fazer com que eles adquiram competências válidas, reais e significativas para a vida e que assente num plano da felicidade. Costumo dizer que um aluno feliz é meio caminho andado para a integração na vida. Um aluno feliz, no meu sentido, é um aluno que desenvolveu competências e está apto para ser integrado e desempenhar um papel válido na sociedade.

P – Qual a taxa de insucesso e abandono escolar da escola?
R – É muito reduzida. Felizmente, a taxa de sucesso real é elevada. O que nos interessa é que se construam aprendizagens de qualidade, daí que o sucesso do aluno se traduza com o adquirir de competências. Por outro lado, não concebo um aluno que abandone a escola. Se isso acontece é porque alguma coisa está mal. Por isso, tudo é feito para que o aluno goste desta escola e de aprender, sendo também necessário fazer-lhe ver que, por vezes, estudar não é fácil e exige sacrifícios. Na vida nem tudo é fácil e é bom que isso também se transmita ao aluno. Na minha perspectiva, a escola tudo deve fazer para que o aluno se sinta bem nela, porque é meio caminho andado para que goste de aprender. Quando falo de escola, não falo somente nos professores, mas de toda a comunidade escolar e do esforço que a família também tem que fazer. Envolver as famílias nesse esforço também é partilharmos as dificuldades e só nesse sentido, de um trabalho conjunto, é que vamos construindo uma escola cada vez melhor.

P – Como vê a actual polémica do sistema de avaliação dos professores?
R – O que posso dizer é apelar para que haja consenso para que se encontrem soluções que têm que passar por um clima de estabilidade nas escolas. Gosto que se encontrem soluções de consenso e de estabilidade.

P – E em relação aos protestos dos alunos?
R – Vivemos num estado democrático e acho saudável a partilha, reflexão e a expressão das diferentes opiniões. Penso que deve discutir-se e analisar-se estas situações e depois tomarem-se determinadas opções. Mas, acima de tudo, deve imperar o bom senso e encontrarem-se soluções, porque só assim poderemos construir uma escola melhor e andar para a frente. Sou extremamente optimista e com grande vontade que as coisas andem bem. Gosto mais de trabalhar pelo lado positivo e pelo lado bom das pessoas e das coisas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Na verdade, como diz o prof. João Paulo, a escola é um conjunto vasto de pessoas que trabalham tendo em vista o aluno. Esta Escola está de PARABÉNS. Que as outras sigam este bom exemplo.